segunda-feira, 23 de abril de 2012

Keep calm...

Olá a todos!!

hoje o post seguiu um rumo diferente do previsto! No entanto acho que poderá ser interessante sabermos a origem do que se começa a vulgarizar, perdendo-se a verdadeira noção da ideologia que levou à criação de um determinado objeto ou de uma determinada mensagem. 
Como estão a ver pelo título estou a falar da famosa frase Keep calm and carry on

 
 
Podemos encontrá-la em tudo o que é blog e página de decoração, nas mais diversas utilizações. Confesso que lhe achei muita piada e de muito bom gosto. Gosto de tudo um pouco: da coroa, da cor e principalmente da mensagem. Ontem a minha sobrinha presenteou-me com uma imagem dessa aqui para o blog, e hoje decidi descobrir qual a origem de uma frase tão famosa, de um design tão clean e de um marketing tão bem sucedido que consegue arrastar multidões e levá-las a alterar a mensagem para tudo e mais qualquer coisa.
Ora vejam se não é verdade:
   

E mais mil e uma coisas.....

O que me preocupa é se saberemos nós o que está por detrás desta mensagem tão simples mas tão uplifted?
Tenho visto muitas utilizações que, uma vez percebido o significado me deixam triste e outras que aceito. 

Então, aqui vai a história...
O contexto histórico é a II Guerra Mundial, o cenário... Grã-Bretanha e o ano... 1939. 
A Europa sofria com a possibilidade de uma nova Grande Guerra e a Grã-Bretanha inicia uma campanha, junto da sua população, para reforçar o moral de uma população massacrada pelos bombardeamentos, principalmente, contra Londres. Desta feita o Ministério da Informação, em Abril de 1939, antevendo o conflito iminente que teve o seu início oficial com a invasão da Polónia a 1 de Setembro pelos Nazis, inicia esta campanha apostando em vários cartazes, como meio de chegar à maior parte da população. São concebidos 3 cartazes com mensagens a apelar à resistência, coragem  e confiança na vitória. 

  

Os dois primeiros cartazes estariam nas ruas pouco antes do início do conflito e o famoso Keep calm (com o menor número de tiragens dos três) teve um protagonismo menor, estando guardado para a eventualidade de uma invasão da Grã-Bretanha, que não chegou a acontecer. O design, homogéneo, leva a uma rápida identificação com o Ministério da Informação e a colocação da coroa britânica, no topo dos cartazes, associa o rei Jorge VI (que se tornou monarca graças uma linda história de amor do seu irmão mais velho!!!) a esta causa cívica.
Mais tarde, um livreiro inglês e a sua mulher, celebrizaram o cartaz escondido e esquecido, ao afixá-lo na frente da sua livraria iniciando, o que viria a ser, uma febre mundial de utilização do original e alteração para diversos fins. 
 

O que me leva a esta lição de História é advertir todos quantos gostam deste cartaz, para a sua génese e impedir que, por respeito às pessoas que estiveram envolvidas num conflito mundial que: fez o 50 milhões de vítimas; representa a luta contra várias ditaduras mundiais (alemã, italiana e japonesa); deu a conhecer o maior atentado contra a liberdade humana (Holocausto); envolveu nações dos 5 continentes; utilizou a maior arma de destruição maciça e iniciou um clima de insegurança mundial que nunca mais teve fim...  nos passe ao lado a força de uma expressão com tanto significado e que após tantos anos encerra muito mais do que imaginámos.
Por isso, se é adepto desta frase, e eu sou, utilize-a sempre com consciência, não para se entristecer com o que ela representa/ou, mas ciente de que uma simples mensagem é: intemporal, tem mais força do que uma bomba e arrasta mais multidões do que um ditador. 

De salientar que o designer do cartaz nunca foi conhecido....

Boas aventuras!!!

Sem comentários:

Enviar um comentário

Os comentários alimentam a nossa imaginação. Toca a comentar, pessoal!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...